Wednesday, October 31, 2007

Lispector


Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.


(de Perto do Coração Selvagem)

De mãe para filha


Quero que a minha filha se cuide,
porque o tempo passou e dela não posso mais cuidar.
Nos limites de minha consciência, fiz o que pude.
Hoje, fica um certo sentimento de culpa pelo que não fiz.
Por ter deixado de aprofundar reflexões sobre o que era ser mãe.
Mas hoje também sou grata a mim.
Sim, pensando em meus filhos, devo ser grata às minhas tentativas e às minhas intuições.
Devo ser grata pelo que (me) corrigi, pelo que (me) “eduquei” e por algum bom exemplo que possa ter deixado.
Por meus filhos, sou grata pelo que me cuidei.
Grata por ainda estar aqui e ter em minha história de vida a vida de meus filhos incluída.
Por ter em minha saúde, a saúde de meus filhos incluída.
Deste inusitado pensamento rascunhado em meio ao caminho de ida ao trabalho, devo concluir: toda mãe deve cuidar bem de si. Eis um jeito seguro de também cuidar de sua amada cria.

Comba
Lavradio, em 22 de agosto de 2007