Thursday, December 02, 2010

Da coletânea "Poemas Quebrados", Irina Terkov


- I -

Sigo para Atenas de trem.
A tristeza do inverno não me toca.  
Não invento flores para enfeitar os campos frios.
Conto as estacas dos terrenos baldios – paisagens possíveis.     
Em longínqua encarnação posso ter sido poeta.
Mas fiz questão de esquecer tudo.
Minha escrita não cabe em métricas.
Poderia tentar fazer versos, mas sem linha melódica.
Sem ceticismo, sem romantismo e rompantes.
Recuso musas.
Escrevo livre e jamais seria poeta de cantar a pátria.
Sigo para Atenas, mas estaria bem na Turquia ou em Tóquio.
Meus caminhos, meus quereres não fazem rima.

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