Tuesday, May 23, 2006

Ruídos

O razoável silêncio da rua na madrugada não condiz com minha ruidosa mente.
Pensamentos gostam de ter vida própria e por isso sempre ocupam impróprio espaço, quase se corporificando onde a gente se encontre. Chato é ser a dona do pensamento. Se ele não é claramente visto onde quer que ocorra, a mente que aluga tem presença física. É parte de um corpo que se vê ocupado a virar na cama, a sobrar na cama, a brigar com o sono. O silêncio de fora - coisa rara - é violado pela insistência da mente em permancer ligada. Um sonzinho enjoado de máquina acesa em stand by atropela a paz da madrugada e impede a percepção do canto do mar, vizinho até então desprezado nesse bairro em que não me vejo, não me acolho. Problemas de de conexão? Não sei explicar. Só sei que nem de noite, nem de dia me sinto aqui.

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