Monday, November 20, 2006

Mitocôndrias

Se a comunicação é tudo, se “quem não se comunica se trumbica”, preciso fazer contato urgente entre mim e minhas mitocôndrias. Em mais de 60 anos, nunca me dei conta da existência das mitocôndrias e da importância delas na vida dos animais, nós incluídos. Pode ser que eu tenha faltado à aula de biologia no dia em que o professor ensinou mitocôndrias. Ou, então, eu lá estava e enquanto ele falava, eu delirava com o príncipe encantado que, afinal, nunca me apareceu.
Mas, por sorte, temos o Dr. Drauzio Varella para nos explicar como só ele sabe que quando comemos demais, as mitocôndrias, coitadas, trabalham demais e do trabalho delas resulta a produção dos radicais livres, nossos inimigos, na medida em que são agentes do envelhecimento. Se bem entendi, o ato de comer sempre desencadeia o trabalho das mitocôndrias. Se comemos pouco, elas trabalham em paz e, na paz, não soltam os radicais livres em exércitos ameaçadores. Se metemos o pé na jaca, elas são obrigadas a acelerar o ritmo e, em contrapartida, aumentam a produção dos tais radicais que, na programação biológica, são livres para acabar com a saúde da gente. Em resumo, o Dr. Drauzio adverte: quem come mais do que pode, envelhece mais cedo, fica doente mais cedo. E agora, depois desta revelação, o ato de radicalizar na liberdade de comer passa a acarretar também a culpa pelo sacrifício imposto às laboriosas mitocôndrias. Bem, das culpas, a menor. Foi muito bom saber que liberar geral com a comida afeta as pobres mitocôndrias, obriga-as a trabalhar em regime de estresse, praticando ato de violência contra elas. Melhor ainda foi saber que as mitocôndrias não são bobas e se vingam da tirania da gula, soltando os cachorros na praça, os tais radicais livres que detonam a vitalidade do carente que faz de conta que a comida traz felicidade.
Dr. Drauzio, muito obrigada!

1 comment:

Anonymous said...

Comer é muito bom, mas como tudo na vida, com moderação fica ainda melhor. Até sexo em excesso, dizem, não faz bem.
Mas enfiar o pé na jaca, em doses certas, também faz bem. Faz bem ao humor, então, de alguma forma, faz bem ao coração.
Ser na medida é prazeroso a longo prazo, mas às vezes torna a vida um pouco chata. Ser muito fora da medida torna a vida inconseqüente.
Bom, eu ando tentando ficar amiga das mitocôndrias pelo menos duarante a semana, mas não consigo abrir mão da feijoada com cerveja e Felipe de domingo.
Mãe, você está cada vez mais inspirada. A idéia da publicação deve se manter viva :)